YANNI DANNIELY - CAICÓ/ RN
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segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Feliz dia dos pais !!!!
Pai...
Pai, olho tuas mãos,
Elas são importantes na construção de teus filhos;
Que elas saibam ser firmes no orientar,
Serenas no amparar;
Que elas não fujam ao dever de punir,
E não se aviltem por agredir...
Tuas mãos, pai,
Devem ser o exemplo do teu trabalho
E que não se abram apenas materialmente,
Que isso é um modo de fechar a consciência,
Mas que, ao abri-las estejas abrindo muito mais
O teu coração e a tua compreensão...
Teus olhos, pai, que responsabilidade eles têm,
Que eles vejam as qualidades de teus filhos,
Por pequenas que sejam, para que as faças crescer,
Mas que não deixem de ver os defeitos e as falhas,
Porque pode ser teu o dever de corrigi-las...
Não te consideres, pai, sem defeitos,
Mas que isso não te desobrigues
Da perfeição de ensinares o que sabes certo,
Ainda que tu mesmo tenha dificuldade em segui-lo,
Mais importante do que conseguí-lo,
Sem dúvida será lutar por ele.
Pai, o que se quer de ti,
É que pai sejas,
No conceber por amor,
No receber por amor,
No renunciar por amor,
No amor total dos filhos que,
sem teu amor,
perderão o significado da própria vida.
Pai, estás presente no sangue,
Na herança biológica,
Na cor, no nome, na língua,
Tudo isso, porém, desaparecerá
Senão te fizeres presente no coração.
TOQUE POSIIVO:
Pensei que fosse fácil fazer-te um poema, papai.
Mas vejo que tua vida é um poema difícil, que a gente não pode escrever.
Vejo os calos das mãos que contam histórias de enxadas, caminhando pelos campos; e histórias de chinelos, falando uma linguagem, que os filhos não entendem.
Vejo os calos dos joelhos, que contam histórias humildes de horas silenciosas, conversadas com Deus.
Vejo as rugas da fronte que falam das rugas da alma como sulcos da terra que as chuvas abriram.
Vejo os pés cansados, rasgados por espinhos, que a gente não vê.
Vejo o calor brilhante do coração que sempre nos ama, quando ainda não sabíamos amar.
Eu me lembro de um pai, que dorme de olhos abertos pensando no filho, que não abre os olhos.
Lembro-me de um pai,
Que varre o lixo das ruas,
Pensando no lixo das casas,
Que não pode varrer.
Lembro-me de um pai,
Que bebe suas mágoas na garrafa,
Pensando matar as mágoas da vida.
Lembro-me de papai:
É difícil fazer um poema para ti,
Que vives o poema mais lindo.
(Afonso Ritter)
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